INÊS CARNEIRO
SOLO FÉRTIL
SOLO FÉRTIL surge da necessidade de falar sobre o vazio, o aparente zero. Da densidade do espaço moldada pela massa de um único músculo que se move meticulosamente. Deste zero que é, ao mesmo tempo, palco de um diálogo entre corpo e as partículas (invisíveis) que o rodeiam. Uma ninfa, fauno, animal ou besta – os olhos não sabem desvendar. Talvez o corpo de uma mulher que
mergulha na areia e se lava na água salgada. Um corpo no precipício a ponderar o salto – o ir ou ficar. A partir do estudo sobre o sensível surge um momento sobre a solidão, sobre o acto de isolar e potenciar, através da comunicação não verbal, o eco de um gesto minimal, a possibilidade de um big-bang no espaço que este ocupa. Dá-se o habitar o ar rarefeito, com a tentativa de o transportar para cena com leveza e minúcia.